Lembro-me perfeitamente da primeira vez que ouvi “amo-te”.
Provavelmente todos nós já ouvimos essa frase, tão bela e tão simples, mas que produz em nós algo de tão bom. Algo que nos deixa feliz e em segurança...Decidi começar a usar também essas palavras, comecei por dizer “amo-te” ao meu pai, a minha mãe, ao meu irmão, depois disse aos meus primos, aos meus avos, e também aos meus amigos.
Eles também quiseram experimentar, amavam flores, sítios, momentos, animais, disciplinas e tudo aquilo que ele gostavam passaram a amar…
Hoje encontrei, deitada na sua cama de hospital, essa frase.
Ela estava ali, doente, tão magra e pálida, via-se nela que estava cansada.Olhei para ela sem ter coragem de dizer uma única palavra que seja, ficamos assim muito tempo, sem nenhum de nós falar, até que ela disse:
-“Estou um pouco cansada, os médicos disseram-me que eu trabalhei muito e que agora tenho que descansar!”
-“Amo-te, eu já te conheço há algum tempo e sei que és forte, vais ficar boa…” respondi-lhe eu.
Após alguns minutos de silencio, ouvi:
-“Promete-me que não vais voltar a dizer o meu nome, sem o sentires de verdade, promete-me que da próxima vez que o disseres será porque amas.” disse ela muito emocionada.
Prometi-lhe, jamais vou voltar a dizer essa palavra, tão utilizada, demasiado até “Amo-te”. Da próxima vez eu disser "Amo-te" é porque estarei a amar, um amor incondicional, puro e único, um verdadeiro amor.
Toda a gente usa e abusa do “Amo-te”. Temos que ter cuidado com as palavras, não as podemos repetir cada vez que nos apetece, muito menos para dizer mentiras.
As palavras usam-se e por vezes é tarde de mais para as salvar…
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