Agarraste-me pelo braço com firmeza e empurraste-me para longe de ti. Aquele acto foi o começo de muitos outros que destruíram a nossa relação. Uma relação de amor, confiança e principalmente respeito. Uma relação que hoje já não existe e provavelmente jamais voltará a existir.
Hoje escrevo-te após ter acabado mais uma vez de cair, no chão gelado do mês de Janeiro. Na verdade não caí, mas isso já sabes. Tenho o corpo aleijado, os olhos negros, as mãos cheias de sangue e a alma ferida. Penso que talvez seja eu a responsável por isso. Se calhar não me comporto bem contigo e por isso tens que me castigar, mas no fundo sei que não, o culpado és tu e só tu. A minha única culpa é de te amar, mesmo sabendo que és assim, que me tratas assim.
Olho em meu redor e vejo muitas outras como eu, no entanto não tenho coragem para lhes contar ou para desabafar. Receio a reacção que tu possas vir a ter se descobrires, receio o olhar dos outros. Não sei como acabar com isto, não sei como te escapar. Tenho medo, medo de ti, medo de morrer e medo de viver sem ti. Sinto que não há nada há fazer, a não ser acabar com isto agora.
Pego uma última vez na caneta e nesse meu caderno onde te escrevi tantas vezes, com a tinta preta e as minhas lágrimas misturadas “Adeus meu amor!”.
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