# Amor que morre*


Uma explosão estrondosa fez-se ouvir por toda a parte. De seguida, foram gritos e pedidos de ajuda. A luz deixou de funcionar e o mundo ficou todo às escuras durante aquele mero instante. Os trovões eram cada vez mais fortes e a chuva mais intensa. Era o tal sinal do perigo a aproximar-se não era? Bem, mais uma vez armei-me em forte e ignorei tudo à minha volta. Vesti apressadamente umas botas e o casaco quente do pai. Corri à rua, assim, sem pentear o cabelo e com o pijama ainda vestido. Como eu, estavam outras tantas ali a tentar perceber o que tinha acontecido e entender o motivo do ruído que não parava de aumentar. Subitamente, todos perceberam o que acontecera minutos antes. O amor acabara de explodir, deixando o mundo desfeito em lágrimas e de pernas para o ar. 
De um dia para outro tudo mudou…
De um dia para o outro, acordas e ele já não está ao teu lado. Finges que não te importas, que não sentes falta, que não custa aprender a lidar com a sua ausência, mas enganas-te a ti própria, mentes-te a ti mesma. Não sentes propriamente falta dele, mas sim da rotina que tinham construído juntos. Falta-te o beijo de bom dia, a mensagem querida por volta das dez horas e a chamada inesperada antes de adormeceres. Já não tens aqueles mimos, aquela preocupação, nem aquele cuidado específico de quem ama, e isso deixa-te triste. Sentes-te só e abandonada no meio de nada. A solidão pesa muito mais do que a falta que ela faz na tua vida. O amor morreu, mas a necessidade dele não desapareceu por enquanto.

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