# Infância*

Acordei a tremer, agarrei o meu peluche e apertei-o junto ao meu peito com muita força. Olhei para a janela, lá fora estava a chover, conseguia ouvir a chuva a cair e o vento a soprar. O vidro estava embaciado, tal como as minhas ideias. Levantei-me lentamente, fui até a janela, nela escrevi o seu nome, como o fazia quando era criança, de seguida aproximei-me do espelho e olhei-me nele. Lembrei-me daqueles dias de Inverno quando eu era pequena, daquelas brincadeiras que fazíamos debaixo de chuva sem ter medo de ficar doentes, ser ter medo de ser castigados. Sinto saudades desse tempo onde era tudo mais fácil, onde não precisava de fingir ser quem não sou para ser aceite.
A minha mãe diz que já não tenho idade para fazer essas brincadeiras, que já não sou uma criança, que tenho que me comportar como tal. Mas eu pergunto-me será que quando crescemos deixamos de ser crianças? Eu acho que não, permanecerá sempre esta menina pequena dentro de mim, esta menina cheia de sonhos e esperanças.

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