O meu coração despiu-se para ti, afastando os fantasmas que o assombravam sem uma única razão. Despiu-se por inteiro, mostrando cada pedaço seu ao teu, sem vergonhas nem hesitações. Despiu-se para se poder revestir pela mesma película que envolve o teu, tornando-os num só. Despiu-se de olhos fechados, usando apenas a sensação auditiva, para encontrar o teu. Despiu-se lançando-se ao compromisso de acolher um outro coração dentro de si, o teu. Despiu-se num impulso sublime de prazer, abraçando o que o teu tem para oferecer.
És a única pessoa capaz de me tocar, bem lá no fundo de um sítio chamado coração. É do fundo desse sítio que vem todo o amor que sinto por ti, toda a loucura insensata. E a verdade é que nós somos dois malucos, dois malucos que amam o amor, que se amam um ao outro, dois malucos que amam a loucura do que sentem e que admitem que são malucos. Malucos um pelo outro. Malucos por si, por nós. E como os malucos, somos malucos e não temos bem a noção desta nossa loucura. E volto a dizer-te: Não digas que me amas mais do que eu a ti, porque não sabes ao certo o quanto eu te amo.
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