# Foi assim*

- Queres pipocas? - disse-me ele com um pequeno sorriso envergonhado.

- Obrigada, adoro pipocas, principalmente as vermelhas, são as minhas preferidas! - respondi eu logo de seguida.

Ficamos a olhar um para o outro imenso tempo, sem uma fala, apenas sorriamos e ambos sabíamos que aquilo era o nascer de algo incrível.

 Essa noite, foi provavelmente a noite em que descobri que sentia por ti algo muito forte, algo a que mais tarde chamei de amor, sim, era amor. Eras a pessoas com quem ria, com quem desabafava, com quem chorava e eras tu quem eu amava. Eras e fostes o único homem da minha vida, o único com quem eu imaginava o futuro mas do nada desapareceste e abandonaste aqui aquela que chamaste tantas vezes de “tua”, aquela a quem prometeste o “para sempre”. Eu tive que aprender a viver sem ti, sem o nós. O mais difícil foi ter que te deixar ir e manter apenas comigo as memórias, o pior foi ver-te a amar de novo. Tive que virar a página, tive que seguir com a minha vida e agora sou feliz, ou pelo menos aparento sê-lo. A verdade é que nunca vou amar alguém tanto como a ti, nunca vou dar a ninguém aquilo que te dei, nunca vou encontrar outro amor como o teu, nem tu irás encontrar outra pessoa como eu, e sabes porquê? Porque aquilo que vivemos é impossível de viver de novo, é impossível de amar mais alguém com tanta intensidade. Foste o meu grande amor e sei que lá no fundo do teu coração ainda continuo a pessoa que mais amaste e só te peço para nunca te esqueceres de mim e daquilo que passamos para estar juntos. Foi tanto tempo a teu lado, tantos momentos e tantos sonhos, tantas vivências que jamais esqueceremos. Crescemos juntos e quem sabe se mais tarde nos voltaremos a encontrar. Todos os caminhos levam ao amor, todos os caminhos levam a felicidade, talvez o meu caminho se cruza de novo com o teu e talvez dessa vez o “para sempre” seja mesmo para “todo o sempre”.