Eu
sei que não gostas de me ver assim, sei que odeias quando choro, mas hoje não
consigo conter as lágrimas, não consigo disfarçar esta minha tristeza. Estou
aqui sentada no nosso cantinho, na cabana que me construíste no fundo do
jardim, olho para o céu e imagino-te lá, olhando para mim. Ai pai, tenho tantas
saudades tuas. Sinto falta de tudo em ti, até dos mais pequenos detalhes tais
como o cheiro do teu café com bagaço, da tua roupa mal lavada após um dia de
trabalho e até do cheiro picante do teu perfume que me dava vontade de
espirrar. Sinto saudades do mau feitio que tinhas por vezes, do teu riso, das
tuas crises e, principalmente, dos teus abraços, aqueles abraços que me davas a
qualquer instante do dia, só para me mimares e para me fazeres sentir que me
amavas. Foste tu quem me ensinou a sorrir, foste tu quem me limpou tantas vezes
as lágrimas, que hoje caem por ti. Já não tenho ninguém para me apoiar, ninguém
que me perceba tão bem como tu o fazias. Dentro de mim, sinto um vazio, este
vazio está presente desde o dia em que me deixaste de vez, sem uma única
palavra de despedida, ou um único gesto de adeus.
Mal
acabei de pronunciar a palavra “adeus”, deixei-me logo levar pela emoção e,
apesar de saber que não podia ficar assim, não conseguia conter a dor.
Com este "exerto" consegues enganar o leitor, pelo menos a mim! adorei mesmo!
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